terça-feira, 12 de maio de 2009
Simonal- Ninguém sabe o duro que dei
Wilsom Simonal não é da minha época. Ele foi um famoso cantor da década de 1960 e 1970. Na época da ditadura ele fez o Maracanazinho lotado cantar junto com ele. Negro, arrogante, rico. Criou um estilo de música que não foi pra frente, chamado de pilantragem. Era para concorrer com a música internacional que dominava o cenário da época. Seu sucesso atingiu o mundo!
Mas, ele cometeu um erro que acabou com a sua vida. Dizem que seu contador o roubava e que quando Simonal descobriu ficou com raiva e chamou o DOPS para torturá- lo. O contador diz que Simonal inventou essa história.
O problema: Se Simonal foi ingênuo, ficou com medo e cometeu o maior erro de sua vida, disse em seu depoimento que trabalhava para o DOPS. Assumiu que era um informante.
A esquerda, que já não gostava dele por conta de seu descompromisso com a política, teve o maior prazer em vê-lo no fundo do poço.
A direita, que deveria protegê-lo já que ele divertia a população e disse estar a serviço deles, nada fez para que ele voltasse ao auge.
A mídia detonou Simonal. Ele ficou pobre de novo. Ninguém intercedeu em seu favor.
Seus muitos fãs perguntavam por ele, mas as casas de show e a mídia não estavam mais interessados em exibir seus shows.
Uns anos depois aparece um documento oficial dizendo que ele não teve participação na polícia política da ditadura, mas ele ficou pra sempre marcado como dedo-duro.
Afinal, ele é culpado ou inocente?
Esse documentário mostra depoimentos das pessoas próximas e conhecidos. O interessante, além de discussões envolvendo a cobertura da imprensa, é que nem todos os depoimentos colocam o artista como um Deus.
Os diretores Cláudio Manuel, Micael Langer e Calvito Leal fizeram um excelente trabalho!
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